sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Capítulo 24 - Cuidado!

          O namoro de Helena e Elisa vai de vento em popa, os pais de Helena dão o maior apoio para as duas, a escola vai indo bem, a não ser pelo distanciamento de Thaís, que, de certa forma, já era esperado. Sofia continuava achando o relacionamento da irmã ridículo, mas isso elas tiravam de letra.
          Passado algum tempo, depois das férias de meio de ano, Bruno resolveu aparecer para atormentar a paz que estava a vida de Helena. Começou a rondar a casa, segui-la, mas só quando estava sozinha, não se atrevia a chegar perto de Helena com Elisa por perto. Helena estava a salvo, até que Elisa teve que fazer uma viagem rápida, um fim de semana, para ver seus tios. Ela resistiu um pouco para ir, achava perigoso deixar Helena sozinha com Bruno agindo daquele jeito, mas cedeu após Helena dizer que ficaria tudo bem, que tinha quem a ajudasse na sua ausência.
          No sábado, Helena estava em casa com Sofia, mas preferia ignorar a presença da irmã, logo, estava só. Estava no computador, conseguira uma reaproximação de Thaís, mas não era a mesma coisa de antes, mesmo assim, Thaís a chamou para ir a sua casa. Helena aceitou sem pensar, estava feliz, tinha voltado a falar com sua melhor amiga. Se arrumou, e foi. No caminho, notou estar sendo seguida, olhou para trás, discretamente, e viu ele, não se deixou abater, embora tenha sentido um frio na barriga, continuou seu caminho. Estava com medo, tremia por dentro, mas não deixava isso se transformar em desespero aparente. No ponto de ônibus, ela sentou em uma ponta, Bruno, ao seu lado, mas não disseram nada, ficaram mergulhados em um silencio constrangedor. O único movimento feito por Bruno, foi o de se levantar para entrar no ônibus, o mesmo em que Helena embarcara. A garota pagou a passagem e sentou num banco perto do cobrador, sozinha, se ele tentasse alguma coisa, estaria a vista. Ele se sentou no lado oposto do ônibus, de forma que ela pudesse vê-lo. Ela sentia sua nuca sendo perfurada pelos olhos do rapaz, mas ignorou, fingia ler. De repente, ele sumiu do seu campo de visão, ela o viu se levantar e ir em direção ao fundo, justamente quando o ônibus havia parado. Esperou um pouco e olhou para traz, e lá estava ele, sentado ao lado da porta. Seu coração veio a boca, ela teria que passar por lá de qualquer jeito.
          Quando chegou no ponto que tinha que descer, Helena deu sinal e foi para a porta. Seu coração estava acelerado, a respiração rápida, estava em pânico, agora aparente. Bruno a cutucou com o pé, ela não olhou, mas mesmo assim ele começou a falar, quase num sussurro, disse que tinha destruído com a vida dele, que por causa da denuncia que ela tinha feito, ficou sendo vigiando por um bom tempo. Helena manteve-se quieta, mas ainda em pânico. Ele a cutucou novamente, dessa vez mais forte. Ela virou a cabeça, estava com os olhos arregalados de medo que ele fizesse alguma coisa, mas nesse momento o ônibus parou e a porta abriu, Helena saiu feito um jato, mas ainda pode ouvir o que Bruno havia dito: “Cuidado!”.

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