quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Capitulo 15 - Bruno

Lá pelas cinco da tarde Elisa foi embora, tinha curso, as duas se despediram com um breve selinho, nada mais, inclusive, a única coisa mais parecida com um beijo desde manhã na escola.

Helena subiu para seu quarto e foi mexer no computador. Estava ouvindo algumas músicas e vendo uns sites que haviam sido indicados por Elisa quando tocou a campainha. Ela desceu para atender, olhou no olho mágico, mas estava tampado, então foi ver pela janela. Era o Bruno. Não tinha como fingir que não estava em casa, afinal, fizera o maior estardalhaço ao descer a escada.
Quando abriu a porta, Bruno levantou os olhos em sua direção e perguntou sobre Sofia. Helena disse que a irmã não estava e fez menção de fechar a porta, quando ele colocou a mão nesta, a impedindo de ser fechada, e foi impondo seu corpo na direção de Helena enquanto lhe pedia perdão pelo que fez. Quanto mais rápido falava, mais perto chegava de Helena de um modo que deixava seus rostos próximos, testa com testa. Helena se afastava, mas ele era mais forte e a rendia facilmente. Quando parou de falar, foi se aproximando com a intenção de beijá-la, Helena não tinha como fugir, a esta altura já estava encostada em uma parede da sala e as possibilidades de saída estavam bloqueadas pelos braços e pernas de Bruno.
Ao mesmo tempo em que o queria longe dali, queria, mas em pequena parcela de si, que aquilo acontecesse, mas ao se ver em tal situação, com ele ali, louco, a encurralando como um animal, Helena arranjou forças para empurrá-lo, o que não foi de muita ajuda, mas pelo menos conseguiu se livrar da armadilha, e livre, pode correr para a porta, para ver se o atraia para a saída, assim, com um empurrão, o botaria para fora mais facilmente. E foi o que ele fez, veio em sua direção, mas antes que conseguisse jogá-lo porta a fora, ele a empurrou contra o batente da porta e a beijou. Aquele havia sido o pior beijo de sua vida, se sentiu beijando um maníaco, um tarado, um animal. Aquele não era o Bruno que ela tanto amou.
Com o beijo, ele perdeu toda aquela força, aquela tensão, o que facilitou que Helena o jogasse para fora de sua casa. Eles se olharam nos olhos e ele disse pela milésima vez que a amava que se arrependera do havia feito. O ódio dominou Helena fazendo com que ela desse um tapa na cara de Bruno como nunca tinha feito em ninguém e, antes que ele tivesse alguma reação, antes até que ele a olhasse novamente, trancou a porta e foi correndo para seu quarto, se jogou na cama e lá ficou, imóvel, aos prantos, mas não eram lágrimas de tristeza, mas sim de medo. Helena ficou ali durante horas, chorando, mas sem se quer fechar os olhos, para que não se lembrasse das imagens guardadas em sua mente do ocorrido. Ela estava com medo, em choque!

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